Na última terça (23/7), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, durante um comício em Aragua, que as “urnas brasileiras não eram auditadas”. A fala repercurtiu no Brasil e, nesta quarta (24/7), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, se manifestou.
Cármen Lúcia defendeu o sistema eleitoral brasileiro dizendo que “as urnas e as eleições brasileiras são auditadas, desde o início do seu processo até o seu final”.
A ministra reforçou ainda que jamais foram “comprovados quaisquer tipos de fraudes e erros”, chamando a atenção para o fato de que a Justiça Eleitoral do Brasil: “É confiável e pode contar com a confiança da população”.
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Durante uma visita a institucional, na terça (23/7), ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), Cármen Lúcia havia enfatizado a importância de que todos os eleitores e eleitoras saibam que o voto é sigiloso e que não precisam se submeter a nenhum tipo de pressão para votar em determinados candidatos.
“O voto é inviolável, ninguém pode entrar com o celular na cabine de votação e ninguém pode saber em quem você votou. Isso precisa ficar claro para o eleitor”, disse a ministra.
Auditoria de urnas no Brasil
Ao contrário da alegação de Maduro, o sistema eleitoral brasileiro é rigorosamente auditado. No Brasil, qualquer partido ou coligação pode fiscalizar todas as etapas da votação e apuração dos votos, além do processamento eletrônico dos resultados.
A legislação também permite que partidos políticos contratem empresas privadas para realizar auditorias do sistema eleitoral.
Essas empresas devem seguir critérios específicos para acessar os programas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que são atualizados em tempo real pelo sistema oficial de apuração.
Maduro e Lula
A declaração de Maduro surge após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que o venezuelano deve respeitar o processo democrático e os resultados das eleições na Venezuela, previstas para o próximo domingo (28/7). Lula expressou, em entrevista no Palácio da Alvorada, que se assustou com a menção de Maduro a um possível “banho de sangue” no país em caso de derrota.
“Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, comentou Lula.