Na terça-feira (27/8), o presidente do México, López Obrador, anunciou uma pausa no relacionamento com as embaixadas dos EUA e do Canadá. Ele fez isso devido aos alertas dos diplomatas sobre os riscos da reforma para eleger o poder judicial por voto popular.
Obrador aguarda uma declaração dos representantes diplomáticos. Na sua conferência matinal, afirmou esperar que as nações “respeitarão a independência do México e a soberania do país”. No entanto, afirmou que “enquanto isso não acontecer e continuarem com esta política, haverá uma pausa”.
O chefe de Estado mexicano informou que os únicos embaixadores incluídos na pausa são Ken Salazar, embaixador de Washington, e Graeme C., embaixador de Otawa. Clark, mas isso não terá nenhum impacto nas relações entre os respectivos governos.
Ken Salazar advertiu na quinta-feira (22/08) que a reforma judicial do Governo coloca em risco a democracia do México e as relações comerciais com os Estados Unidos. Ele também advertiu que a eleição popular dos juízes permitiria que os cartéis interfiram na justiça. Ao mesmo tempo, Graeme C.
Clark informou à agência noticiosa espanhola EFE que os investidores estavam preocupados com a reforma, que seria aprovada em setembro, quando a aliança de partidos de López Obrador conseguiria os dois terços necessários do Congresso para alterar a Constituição. O presidente mexicano perguntou por que os canadenses se manifestaram no mesmo dia que os Estados Unidos.
Reforma
Se a reforma for aprovada, os mexicanos irão às urnas em 2025 para eleger juízes, magistrados e membros do Supremo Tribunal, e em 2026 revisarão o Tratado entre o México, os Estados Unidos e o Canadá (T-MEC), que garante segurança legal para os investimentos.
López Obrador reconheceu que “todos têm o direito de se manifestar”, mas afirmou que “a Constituição estabelece no seu artigo 89.o que o Presidente deve seguir os princípios da não intervenção”.
Assim, disse que os governos dos EUA e do Canadá “querem interferir em assuntos que só dizem respeito aos mexicanos”.
Esta é apenas uma das muitas vezes que López Obrador interrompe relações diplomáticas. Em 2022, ele também declarou “uma pausa” com a Espanha, mas isso não resultou em ações diplomáticas.