A situação política na Venezuela continua complexa e cheia de incertezas, especialmente com o recente desenrolar das eleições. O presidente Nicolás Maduro, que se autodeclarou reeleito, tem mantido contato com o assessor especial para assuntos externos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-chanceler Celso Amorim, além de interagir com o chanceler Mauro Vieira.
“Falei com Lula há quinze dias. Mas mantenho contato permanente com Celso Amorim e com o chanceler Mauro Vieira”, disse Maduro durante entrevista no Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano.
Durante uma entrevista, Maduro expressou gratidão pela nota conjunta dos governos do Brasil, México e Colômbia. Essa nota, divulgada no dia 1º de agosto, pediu uma “verificação imparcial” dos votos e enfatizou o respeito pela “soberania da vontade do povo da Venezuela”. Maduro elogiou a colaboração dos presidentes Lula, Petro e Obrador, destacando que a nota representou um importante apoio à Venezuela diante das tensões internacionais.
“Os presidentes Lula, Petro e Obrador estão trabalhando, de forma conjunta, para que se respeite a Venezuela. Para que os Estados Unidos não façam o que estão fazendo”, afirmou o líder chavista. “Eles divulgaram um comunicado muito bom, muito bom. Felicito os presidentes Petro, López Obrador e Lula. Muito obrigado, em nome de toda a Venezuela”.
Celso Amorim, enviado pelo governo brasileiro para acompanhar as eleições na Venezuela, retornou ao Brasil na última terça-feira, 30 de julho. Durante sua missão, Amorim testemunhou o processo eleitoral, que foi marcado por alegações de falta de transparência e contestação por parte da comunidade internacional.
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O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou a vitória de Maduro com 51,95% dos votos, enquanto a oposição apresenta dados divergentes, com Edmundo González alegadamente recebendo 67% dos votos válidos. A discrepância entre os números oficiais e os apresentados pela oposição levanta questões sobre a legitimidade do processo.
O governo chavista atribuiu o atraso na divulgação das atas eleitorais a um ataque hacker que comprometeu o sistema de transmissão de resultados, uma justificativa que foi recebida com ceticismo internacional.
A demora gerou críticas e levou países como Estados Unidos e Argentina a reconhecerem Edmundo González como o novo presidente da Venezuela, aumentando ainda mais a polarização e a incerteza sobre o futuro político do país.
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