Texto de Calil Sato
Nos últimos dias houve uma grande repercussão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando o mesmo, em uma coletiva de impressa na Etiópia, comparou a defesa do estado de Israel ao Holocausto. Esse pronunciamento fragiliza as relações internacionais do Brasil com países aliados à Israel, como Estados Unidos e Reino Unido e atenua que, independentemente de governo ou base ideológica, vivemos uma crise na diplomacia brasileira que já foi uma das mais bem respeitadas.
Ao longo dos anos, o Brasil se mostrou um país neutro em relação a grandes conflitos mundiais o que possibilitou a demonstração de articulação e diálogo com várias nações. Tal política de neutralidade possibilitou a formação de blocos econômicos com países emergentes como o BRICS, a facilitação de trânsito entre brasileiros em outras nações e acordos comerciais para exportação de produtos brasileiros. Entretanto, desde o início da década passada, vemos uma crescente insatisfação, que teve como estopim o impeachment da então Presidente Dilma Rousseff, atual presidente do banco dos BRICS, e que culminou na eleição em 2018 de Jair Bolsonaro.
O Governo de Bolsonaro foi marcado por um alinhamento ideológico, tanto na política quanto na diplomacia. Na sua campanha, era enfático em dizer que “O Brasil precisa deixar de ser um anão diplomático”. Em outras palavras era uma clara menção a um alinhamento político e ideológico com nações voltadas ao pensamento do atual representante, independente de quem estivesse no poder. E é exatamente que estamos revendo no atual governo.