Nesta terça-feira, no Conselho de ética da Câmara dos Deputados, o deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ) afirmou ser vítima, assim como foi Marielle Franco. O político é alvo de um pedido de cassação apresentado pela bancada do PSol por quebra de decoro parlamentar.
“Somos na verdade vítimas, infelizmente, assim como foi a vereadora Marielle, que infelizmente a família sofreu, não dá nem para imaginar”, afirmou o deputado federal.
Chiquinho Brazão negou envolvimento com a milícia do Rio de Janeiro e destacou que possui votos nas eleições em diferentes regiões, seja elas dominadas pelo tráfico de drogas ou milicianos.
“Nem eu, nem minha família, estamos envolvidos em nada. Somos vítimas de uma acusação, de um réu confesso”, complementa o deputado ao se referir ao ex-policial militar Ronnie Lessa, executor dos disparos contra Marielle Franco e Anderson Gomes.
“A relação com Marielle era maravilhosa, não era boa. Estou dizendo aqui e afirmando. A Marielle ia lá com a gente bater papo, falar, sempre pedia um chicletinho. Quando ela fazia falas dela, muitas das vezes falava comigo”, acrescentou Chiquinho Brazão.
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Chiquinho e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), que também prestou depoimento ao conselho de ética, são apontados pela Polícia Federal (PF) como mandantes da execução da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes.
O motivo da morte da verereadora Marielle Franco teria sido em razão da discussão a respeito da grilagem de terras na zona Oeste do Rio de Janeiro. Chiquinho Brazão defenderia a regularização de áreas dominadas pela milícia carioca.
A relatora do processo contra Chiquinho Brazão no Conselho de Ética, Jack Rocha (PT-ES), disse que deve apresentar o parecer a partir de 5 de agosto, e que deve cumprir os prazos regimentais da Casa.
Caso aprovado, o parecer ainda seguirá para o plenário da Casa Legislativa, onde será apreciado pelos demais deputados federais.