Nesta segunda-feira (15/7), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, prestou depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O delegado foi ouvido no processo que pode resultar na cassação do mandato de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), apontado como um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes.
Rivaldo defendeu que Marielle Franco e Anderson Gomes foram executados a mando da milícia do Rio de Janeiro. No entanto, enfatizou que não tem acesso às investigações.
“Foi a milícia que matou Marielle”, disse.
“Desde o dia 31 de maio de 1969, eu nunca falei com nenhum irmão Brazão. Nem falei algo pessoal, profissional, ou pessoal. Na minha vida, eu nunca falei com eles. Eu não existo para eles. E eles não existem para mim, com o respeito que eu tenho ao ser humano”, complementou.
O ex-chefe da polícia do Rio está preso sob a acusação de participação no planejamento do crime.
Rivaldo Barbosa assumiu a Polícia Civil um dia antes da morte da vereadora. A Polícia Federal (PF) aponta que ele teria auxiliado os mandantes dos assassinatos no planejamento do crime e atrapalhado as investigações.
Leia também:
Lira diz que Lula lhe deu o “direito” de tentar fazer seu sucessor na Câmara
Trump é oficializado como candidato republicano e terá senador J.D. Vance como vice
O delegado, no entanto, nega qualquer envolvimento no crime. Segundo ele, a única participação dele na investigação foi para designar o delegado responsável para apurar o caso, Giniton Lages.
Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ), são suspeitos de terem mandado matar Marielle Franco em 2018, no Rio de Janeiro. Os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa foram presos em março deste ano por envolvimento no crime.
Depois da prisão dos irmãos Brazão, a bancada do PSol pediu a cassação do mandato de Chiquinho Brazão por quebra de decoro parlamentar. Em 2018, ele e Marielle Franco eram vereadores na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
“Eu já perdi 15 kg e a única coisa que eu fiz foi indicar o delegado que prendeu Ronnie Lessa”, enfatizou o ex-chefe da Polícia do Rio.
Processo de cassação
Na semana passada, o Conselho de Ética da Câmara iniciou a ouvir as testemunhas. A relatora do processo contra Chiquinho Brazão, Jack Rocha (PT-ES), marcou o depoimento de 15 testemunhas. Entre elas está o deputado federal alvo da ação.