Uma reforma ampla das Organizações das Nações Unidas (ONU) voltou a ser defendida nesta nesta quarta-feira (25/9) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião ministerial do G20, em Nova York.
Lula afirmou que o Brasil considera convocar uma conferência internacional para revisar a Carta da ONU com a intenção de remodelar o organismo multilateral.
O presidente brasiliro reiterou pontos que defendeu na véspera em seu discurso à Assembleia, como uma maior representação da África e da América Latina no Conselho de Segurança da ONU.
“Na sua atual configuração, o Conselho de Segurança tem se mostrado incapaz de resolver conflitos, e menos ainda de preveni-los… Com mais representatividade, em especial da África e América Latina e Caribe, teremos mais chance de superar a polarização que paralisa o órgão”, disse Lula na reunião desta quarta-feira.
“Por isso, o Brasil considera apresentar proposta de convocação de uma Conferência de Revisão da Carta da ONU, com base no seu artigo 109. Cada país pode ter sua visão quanto ao modelo de reforma da governança global ideal. Mas precisamos todos concordar quanto ao fato de que a reforma é fundamental e urgente”, afirmou.
Lula também defendeu mudanças no sistema global de comércio e reformas em organismos multilaterais de crédito, como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Quando o FMI e o Banco Mundial foram criados, suas juntas executivas tinham 12 assentos para um universo de 44 países. Atualmente, são 25 assentos para mais de 190 países. Se mantida a proporção original, essas juntas deveriam ter hoje pelo menos 52 cadeiras”, disse.
“Hoje a OMC encontra-se paralisada devido a interesses geopolíticos e econômicos. Reverter o novo impulso ao protecionismo, que prejudica desproporcionalmente os países em desenvolvimento, é essencial para garantir um comércio mais equitativo. Essas mudanças terão impacto limitado sem reformas efetivas.”