Em sua primeira manifestação sobre as recentes eleições na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nesta terça-feira (30/7), em entrevista à TV Centro América, afiliada da Globo, que não considera a vitória de Nicolás Maduro como algo de “grave ou assustador”. Em trecho da entrevista, Lula considera não ver gravidade na situação do país vizinho. “Não tem nada de grave, nada de assustador”, comenta.
A declaração, dada em um contexto de crescente tensão política na América Latina, chamou atenção pela sua simplicidade e tom conciliatório. Durante a entrevista, transmitida na manhã desta segunda-feira, Lula abordou a situação política na Venezuela com um discurso focado na estabilidade regional e na importância do diálogo.
“É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, disse. A íntegra da entrevista não foi ao ar, mas a emissora publicou trechos nas redes sociais.
A declaração de Lula ocorre em meio a uma crescente controvérsia internacional sobre a legitimidade das eleições venezuelanas, que foram criticadas por diversos organismos internacionais e líderes políticos por supostas irregularidades no processo. Contudo, o presidente brasileiro enfatizou que “todo processo eleitoral deve ser respeitado e, ao invés de criar conflitos, devemos buscar o entendimento e a cooperação”.
Outras manifestações
Além da declaração de Lula, o governo brasileiro também manifestou sua posição através de outros canais. O Ministério das Relações Exteriores, em nota oficial, reiterou o compromisso do Brasil com a manutenção do diálogo e da estabilidade na região. “O Brasil seguirá acompanhando a situação na Venezuela de forma atenta e continuará a apoiar qualquer iniciativa que promova a paz e a resolução pacífica das diferenças”, afirmou o comunicado.
Por sua vez, a Secretaria de Comunicação da Presidência destacou que o governo brasileiro está comprometido com a preservação das relações diplomáticas e econômicas com a Venezuela, e reforçou a importância de respeitar a soberania dos países vizinhos.
“É fundamental que o Brasil mantenha uma postura equilibrada e respeitosa, reconhecendo a soberania dos nossos vizinhos e buscando construir pontes, em vez de levantar barreiras”, disse o texto divulgado.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), alinhada com a postura do governo, também se manifestou em apoio à declaração de Lula. Em uma nota divulgada nas redes sociais, a CUT destacou que a organização considera a eleição como uma questão interna da Venezuela, e que o Brasil deve priorizar a cooperação internacional.
Na tarde desta terça-feira, Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O conteúdo do telefonema não foi revelado, mas a previsão é que os dois conversariam sobre a situação na Venezuela.
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