Na terça-feira (16/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu sua recusa em tomar qualquer medida de corte no orçamento público que envolva a diminuição do salário mínimo para aqueles que recebem benefícios da Previdência Social.
Durante uma entrevista à TV Record, destacou que o crescimento da riqueza no país deve ser distribuído de maneira igualitária para todos.
“Quando alguém fala que eu deveria desvincular o salário mínimo da Previdência Social. O mínimo, já diz, é o mínimo. Não tem nada mais baixo que o mínimo. Então, eu não posso cortar o mínimo, que já é o mais baixo de tudo. Quando você tem que dar aumento do salário mínimo, você faz a reposição inflacionária. Se a inflação foi 3%, você repõe 3%. O crescimento do PIB nos últimos dois anos, a média, a gente dá de aumento do salário mínimo. Então, se durante dois anos o PIB crescer 6%, a gente além da inflação dá 6% de aumento. O que é humanamente justo, socialmente justo.”
Lula também destacou os resultados atuais da economia, que excedem as expectativas dos investidores, e voltou a criticar a taxa de juros do Banco Central.
“Não tem um único número que diga que o Brasil tem qualquer problema. A gente está crescendo mais do que a previsão do mercado. O mercado previa 0,8%, nós crescemos 3%. O mercado previa a inflação descontrolada, a inflação está totalmente controlada. A única coisa que não está controlada é a taxa de juros”, afirmou.
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O presidente também destacou a geração de empregos, o aumento da massa salarial e ressaltou o compromisso de isentar o Imposto de Renda de quem recebe até R$ 5 mil por mês.
“Geramos 2,5 milhões de empregos em um ano e sete meses. A massa salarial cresceu 11,7%. O salário mínimo é reajustado duas vezes acima da inflação. Isenção do imposto de renda para quem ganha dois salários mínimos e eu pretendo chegar a R$ 5 mil de desconto do imposto de renda. Tiramos 24 milhões de pessoas da fome. Então, nós estamos vivendo um momento sensacional”, celebrou.
A meta fiscal
Lula foi questionado se o governo pretende alterar a meta de déficit zero nas contas públicas, em 2024, para cumprir as regras do arcabouço fiscal. Ele respondeu que o mais importante é que a economia cresça com sustentabilidade fiscal.
“Esse país é muito grande. Muito poderoso. O que é pequeno é a cabeça dos dirigentes, de alguns especuladores. Porque esse país não tem nenhum problema. Se o déficit é zero, se é 0,1, o que é importante é que o país esteja crescendo. O que é importante é que a economia esteja crescendo. O que é importante é que o emprego esteja crescendo. O salário está crescendo. Nós vamos fazer o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal. Nós vamos criar um país com estabilidade jurídica. Nós vamos criar um país com estabilidade fiscal, com estabilidade econômica, com estabilidade social. Esse país terá previsibilidade”, afirmou.
O Ministério da Fazenda deverá anunciar, na próxima semana, restrições no orçamento para cumprir a meta de resultado primário, segundo anunciou o titular da pasta, Fernando Haddad.
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