Em mais um desdobramento em direção às eleições de 2024, o ex-candidato ao Senado Federal, Coronel Menezes, resolveu publicizar a sua “amizade íntima” como o deputado federal Amom Mandel.
Em entrevista à jornalista Any Margareth do site Radar Amazônico, Menezes chegou a afirmar que conversa com o parlamentar amazonense “toda semana”, e insinuou a possibilidade de uma aliança eleitoral.
Quem tem leitura política já tinha percebido que — há muito tempo — Menezes vinha construindo no imaginário popular uma narrativa de que ele e o deputado Amom “tem tudo a ver”. Isso por uma razão óbvia, Amom é candidato de segundo turno em todas as pesquisas eleitorais até aqui, Menezes não. Nesse cenário, quem precisa de Amom é Menezes, e não o contrário.
Também é necessário avaliar se ambas as militâncias concordam com a tese de Menezes; afinal, usando uma expressão que ele costuma usar, o bolsonarista raiz já percebeu que o Amom não é bolsonarista, não é de direita (ele mesmo já disse isso), e não faz oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O parlamentar já afirmou, inclusive, que é “liberal por inteiro”, uma expressão usada para dizer que é liberal nos costumes, algo que não se alinha com o “bolsonarismo raiz”, e Menezes sabe disso.
E antes de qualquer coisa, eu acredito que todos podem acreditar no que quiserem; o que não dá é para criar narrativas políticas sem pensar nos detalhes.