Nesta terça-feira (13/8), em entrevista coletiva à imprensa, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, descartou conversar, neste momento, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o da Colômbia, Gustavo Petro, sobre o processo eleitoral na Venezuela.
Uma nova conversa entre os três era prevista para o início desta semana, mas acabou não ocorrendo. Aos jornalistas, o mexicano disse que vai esperar a decisão da justiça venezuelana.
“Agora não, porque vamos esperar que o Tribunal (da Venezuela) decida”, disse López Obrador em sua coletiva de imprensa diária no Palácio Nacional.
López Obrador está na reta final de seu mandato. A nova presidente Claudia Sheinbaum assume o poder no dia 1º de Outubro. Na segunda-feira (12/8), ela já havia dito que não se comprometia em seguir no diálogo sobre o processo da Venezuela e que essa era uma atribuição de organizações internacionais.
Fontes do Itamaraty minimizaram a saída do México das negociações e disseram que não foi uma surpresa. De acordo com integrantes do governo brasileiro, nos últimos dias as autoridades mexicanas vinham indicando sinais de que o processo decisório sobre a crise na Venezuela estava emperrado e já não estavam contribuindo com o processo.
Ainda de acordo com integrantes do governo brasileiro, as negociações seguirão com Brasil e Colômbia. Nesta quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores, Mauro Vieira, embarca para Bogotá, onde se reunirá com o chanceler Luis Gilberto Murillo para discutir a Venezuela.
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Resultado das eleições
O Conselho Nacional da Venezuela (CNE) indicou a reeleição Nicolás Maduro. O resultado, porém, é contestado pela oposição, que teve como candidato Edmundo González, e organizações internacionais.
Desde o início, o Brasil adotou uma postura de exigir a divulgação das atas eleitorais e tem tentando se manter como um interlocutor de Maduro e González.
A negociação vinha sendo feita em conjunto com Colômbia e México. Em 1º de agosto, Lula, Petro e Obrador, após uma conferência, divulgaram uma nota conjunta pedindo que a Venezuela divulgue os dados desagregados da eleição após “controvérsias”. Na quinta-feira (8), os governos de Brasil, Colômbia e México emitiram um segundo comunicado conjunto assinado pelos chanceleres.
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