A realização de uma nova eleição presidencial na Venezuela é um dos pontos discutidos pelo presidente Lula com integrantes do governo como forma de resolver o impasse sobre o resultado do pleito do último dia 28 julho. A ideia, levada ao petista pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim, ainda está em caráter informal.
A proposta é que seja realizada uma espécie de 2º turno entre o presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unidos da Venezuela, esquerda) e o opositor Edmundo González (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo, confirmou a vitória do chavista, mas a oposição alega fraude e diz ter sido a vencedora das eleições.
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De acordo com assessores de Lula, uma nova eleição na Venezuela dependeria da ampliação da participação de órgãos internacionais e observadores estrangeiros. Também poderiam ser negociados anistia para os atuais integrantes do governo chavista e a possível suspensão de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia.
Há dúvidas, porém, se tanto Maduro quanto González aceitariam realizar o novo pleito já que ambos dizem ter sido vencedores.
Posição oficial do Brasil
Oficialmente, a posição da diplomacia brasileira é continuar pressionando Maduro pela divulgação dos boletins de urna, as chamadas atas eleitorais, com os dados desagregados. Passados 15 dias das eleições, porém, o governo brasileiro já admite que a estratégia não deve surtir efeito. Ainda assim, deve mantê-la, por enquanto.
Lula criticou o posicionamento de Maduro durante a reunião ministerial realizada na quinta-feira (8/8). Disse que, se o venezuelano não comprovar que foi de fato o vencedor da eleição, não poderá reclamar de ser chamado de ditador por outros países. Também citou a alguns ministros a ideia sobre a realização de novas eleições.
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