O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, um dos mentores intelectuais do Partido dos Trabalhadores (PT), realizou uma série de críticas ao partido e ao governo federal em um encontro da sigla em São Paulo, na noite da última sexta-feira (24/11).
“Hoje o PT é o partido de maior apoio popular, de melhor imagem, mas o partido não é nem 10% do que devia ser. Nós temos um problema sério, no PT e na esquerda”, disse o ex-presidente do PT. “Nosso governo tem problemas de governabilidade, organização, de avaliação de cada ministério”, afirmou.
Dirceu criticou a incapacidade do PT de enfrentar a política de juros do Banco Central e defendeu uma defesa mais rígida das pautas ambientais. Também não escapou de suas críticas o adiamento da eleição para o comando nacional do partido de 2023 para 2025. O ex-ministro ainda classificou como “um fracasso” as tradicionais manifestações de primeiro de maio (dia do trabalhador) e destacou o sucesso da direita nas eleições dos conselhos tutelares.
“Eu sou da opinião de que nós precisamos nos debruçar sobre o problema do partido. Não vamos tapar o sol com a peneira. Nós não aguentamos o tranco da direita como nós estamos. E a direita vai nos dar um tranco, nós conhecemos ela. Há esse ambiente agora, político, negociação com Arthur Lira, mas essa não é a realidade. Se nós formos derrotados em 2024, eles vão tomar mais um naco do governo”, afirmou.
O político ainda afirmou que o será necessário 12 anos no poder para mudar o que chamou de “correção de forças”, e que em 4 anos, isso não será possível:
“Temos que mudar a correlação de forças e mudar nosso partido. A não ser que a gente queira governar… que está bom como estamos governando. Sabemos que não está. Isso não quer dizer que nosso governo não produziu grandes avanços e foi uma vitória extraordinária derrotar o bolsonarismo”, disse. “Não estou pessimista, estou realista”, pontuou.