Na quinta-feira (8/8), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), anunciou que bloqueará o acesso ao X (ex-Twitter) no país por 10 dias. O chavista acusa a rede social de violar leis nacionais e de incitar a disseminação do ódio, o “fascismo” e “guerra civil” no país.
“A rede social X e Elon Musk, dono do X, violaram todas as normas da própria rede social, incitando o ódio, o fascismo, a guerra civil, a morte e o enfrentamento entre venezuelanos. Aqui [Venezuela] se respeita a lei. Por isso foi assinada uma proposta feita pela Conatel [Comissão Nacional de Telecomunicações], que decidiu retirar a rede social X durante 10 dias. Fora X da Venezuela por 10 dias”, declarou Maduro. Foi aplaudido de apoiadores.
¡Fuera X por #10Días de Venezuela! En nuestro país hay Constitución, Ley, Instituciones y Estado. 10 días para que presente sus recaudos. Qué se acaben los planes en redes para sembrar violencia, odio y de atacar a #Venezuela desde el exterior. El #PuebloVenezolano merece… pic.twitter.com/0EuMnQKtHH
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) August 9, 2024
A ação de Maduro se dá em um momento de tensão política na Venezuela, marcada pela detenção de opositores e acusações de fraude eleitoral. Os opositores contestam o resultado divulgado pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que deu a vitória ao chavista, e afirmam que o candidato Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita) venceu o pleito com 67% dos votos.
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A comunidade internacional, com destaque para os Estados Unidos, expressou preocupação com a situação venezuelana. O embaixador norte-americano na OEA (Organização dos Estados Americanos), Francisco Mora, advertiu sobre as consequências de ações contra os líderes opositores, sugerindo uma possível resposta internacional intensa contra Caracas.
Brasil, Colômbia e México voltaram a pedir transparência nos resultados eleitorais. Os países emitiram um comunicado conjunto nesta 5ª feira (8.ago) em que solicitam que as forças de segurança da Venezuela assegurem em manifestações “o pleno exercício desse direito democrático dentro dos limites da lei”.
A nota, entretanto, não critica a demora na divulgação dos dados da eleição. O sistema eleitoral do país é eletrônico e permite uma divulgação quase imediata dos votos em cada equipamento –da mesma forma que ocorre no Brasil. Apesar disso, não se sabe quando nem se as atas serão apresentadas.
*com informações do Poder 360
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